domingo, 28 de setembro de 2014


A tirinha acima me "perturba" há mais ou menos um ano… No momento em que a vi, um duplo questionamento percorreu meu pensamento: "Criamos expectativas demais em relação aos que nos rodeiam ou será que as pessoas estão mesmo se tornando cada vez mais egocêntricas?"
Com raras exceções, as relações humanas têm se tornado cada vez mais rasas. Poucos são os que se dispõem a verdadeiramente dialogar, interagir, compartilhar, trocar informações, conhecimento, sensações ou sentimentos. A maioria se esquece que todos os possíveis tipos de vínculos (amor, amizade, coleguismo, afeição) devem ser tratados como vias de mão dupla. É importante que se receba, mas, é necessário também que se dê. É importante poder falar, mas, imprescindível também saber ouvir. A palavra de ordem do dia seria então: RECIPROCIDADE!
Infelizmente, não é o que vemos.
Ao invés disso, a sociedade decidiu trilhar um caminho exatamente oposto. A boa e velha conversa, cara a cara ou mesmo por telefone, tem sido cada vez menos utilizada. A tendência agora é usar "...app's", "...oxer's", "...talk's", "...book's", entre outros!
Mas…. Se a manutenção de uma relação por meio de uma boa conversa já não era algo muito simples, o que podemos esperar então desta pretensa substituição? Muitos não sabem sequer diferenciar o ponto de exclamação do ponto de interrogação. Trocam um pelo outro! O risco de um mal entendido em uma comunicação essencialmente escrita é enorme! Pouco importa se por culpa do emissor que é incapaz de expressar adequadamente suas ideias ou do receptor, cuja aptidão para a interpretação de textos é quase nula.
Pode até parecer exagero, mas, é muito provável que você (assim como eu) já foi convidado para um almoço de domingo e, no decorrer das horas, percebeu que sua "companhia" dedicava mais atenção ao seu próprio celular que àquilo que você está dizendo.
A situação se torna ainda mais absurda porque a maioria dos indivíduos não quer ser contrariada. Na verdade, é pior que isso. Ela não admite, sequer, ser questionada.
Como resultado, ao postarem no Facebook, os mais variados níveis de futilidades, preconceitos, fundamentalismos, frustrações (olha eu aqui!  ) ou esnobismos, as pessoas esperam como retorno apenas o aplauso ou o silêncio. Na prática é mais ou menos assim: Se você se identificou com o meu post, clique na opção "curtir", caso contrário, não ouse dizer o que realmente pensou!!!
Qual seria então a verdadeira função das mídias sociais? Facilitar a comunicação e aproximar as pessoas através de debates e troca de informações? Ou será que elas se destinam simplesmente à satisfação da egolatria latente da sociedade atual?
Retornando à tirinha, sinto a mesma indignação do Minduim: "Não dá pra colorir só com três lápis".
Não seria então um bom momento para refrearmos nosso egoísmo e nossa indiferença para com os outros? E que tal se demonstrássemos um pouco mais de atenção e empatia?
Pois é... Eu também me sinto o próprio Oliver Twist...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Dúvidas



Por que as pessoas primeiro param em frente as escadas rolantes para depois discutirem se devem ou não ir para um outro piso?

Por que os homens dizem “Prometo ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença....”, quando na maioria das vezes, eles já traíram sua “amada” N vezes, ou o farão em no máximo seis meses?

Por que as pessoas continuam a trabalhar naquilo que detestam?

Por que as pessoas acreditam que estão fazendo um favor em atender alguém, quando na verdade, elas estão sendo pagas para aquilo?

Por que ao invés de colaborarem com os demais colegas, determinadas pessoas preferem arranjar desculpas a fim de não fazerem nem mesmo o próprio trabalho?

Por que as pessoas nunca estão conformadas com aquilo que já tem?

Por que as pessoas que têm mais tempo para estudar são as que tiram as piores notas?

Por que as pessoas preferem criar obstáculos a se adequar às novas tecnologias?

Por que as pessoas têm tanta dificuldade em OUVIR o que os outros estão dizendo?

Por que as pessoas, mesmo sabendo que estão erradas e que vão atrapalhar os outros, insistem em bloquear os cruzamentos e entradas de estacionamentos?

Por que algumas pessoas adoram festas e outras detestam?

Por que as pessoas dizem “sou versátil”, quando na realidade, são irredutíveis quanto às suas posições?


quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O Estado, o Cristianismo e o Aborto....



Algo que ainda me intriga bastante é perceber que muitos cristãos (principalmente evangélicos) têm uma enorme facilidade em apontar o dedo para tudo aquilo que acreditam ser errado.

Ocorre que a maioria deles esquece que o Brasil deve(ria) ser um Estado laico... Faço coro com o ministro Marco Aurélio Mello quando ele diz no documentário "Uma história Severina" (http://www.youtube.com/watch?v=hioCpsFVLvw), a seguinte frase: "Presidente, ainda temos em plenário um Cristo. Mas, de há muito, houve a separação do Estado e Igreja” (Marco Aurélio Mello, ministro do STF)"

É muito fácil dizer que o aborto é errado... Mas, esta certeza vai até a página 2... Ou seja, desde que a gestação de um anencéfalo, ou em razão de estupro, não esteja acontecendo com minha filha ou com minha irmã....

Da mesma forma, é muito fácil dizer que a união entre homossexuais é algo abominável.... Mas, como todos sabem, existem N casos em que os mesmos pais que expulsaram um(a) filho(a) de suas casas pelo fato de ser homossexual, são os primeiros a brigar pelos bens deixados como herança... Bens estes que, em muitas das vezes, foram adquiridos pelo(a) filho(a) e por seu(ua) companheiro(a).

Não estou dizendo que o homossexualismo ou o aborto devam ser aplaudidos pelos cristãos... Estou dizendo que o Estado deve tutelar, igualmente, o interesse de todos, pois, nem todos são cristãos...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Mas... o mundo não é mesmo cinza?


Tirei hoje esta foto, com meu celular... Não usei nenhum recurso especial, e, na verdade, era para ter saído colorida.... Bem... sou daltônico.... Talvez vocês a vejam colorida. Mas, neste caso, especificamente, percebo apenas tons de cinza (ou prata?).... 

Seria possível que esta minha percepção nada tivesse a ver com o daltonismo?

Segundo um estudo recente, 
"realizado por uma equipe da universidade alemã de Freiburg dirigido por Ludger Tebartz van Elst e publicado na "Biological Psychiatry", indica que a depressão dilui o contraste entre o preto e o branco, por isso que o mundo torna-se literalmente cinza" (http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/efe/2010/07/21/depressao-faz-paciente-enxergar-o-mundo-na-cor-cinza-diz-estudo.jhtm)
De qualquer forma, a cada dia que passa, ao nos depararmos com isabellas, mércias, elizas, entre tantos outros absurdos, fico aqui pensando.... "Mas... o mundo não é mesmo cinza?"